sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Fantástica História de Notlih – O Menino-Bôto

por Preta

Era uma vez, em uma cidade próxima a linha do Equador, em meio a uma floresta, um menino, que vivia com sua família e amigos desfrutando da vida local, porém sua alma não cabia em seu corpo pequeno, ela sentia uma angústia que não sabia de onde vinha, mas que era boa, afinal o colocava, sempre diante de questões norteadoras demais para sua idade.

Cresceu, aprendeu e ensinou, pois seu espírito de liberdade causava inveja em uns e surpresa em outros, respeitando sua origem aprendeu os “encantos” que a floresta lhe ensinou, através de mitos e lendas passados de geração em geração, nunca dando importância a elas, mas a Lenda o possuiu, porem de forma parcial, afinal sua inteligência não permitia limitar-se apenas nas redondezas, surge Notlih – o menino- boto.

Aprendeu a arte da sedução, do encantamento e da dança, buscava as moças mais bonitas da cidade e também se apaixonava, seu grande coração não permitia que a Lenda o “surrupiasse” de si mesmo, porém esse mesmo coração não cabia para sua alma e essa buscava o conhecimento.

O menino partiu, deixou alguns corações partidos, carregando os sonhos, o mito dentro si e foi viver o que tinha aprendido em sua terra no mundo.

Ó !Quão fantástico é o mundo para Nothih ! Saber, pessoas, beleza, que delícia descobrir o mundo, decidiu não voltar mais para sua floresta, vive hoje em dia espalhando seu encanto, com seu chapéu, sua conversa ( praticamente um canto de sereia, mas o boto também é de água...), sua dança.

Não apaixouou-se mais, permaneceu entre o mito e a cidade, dividindo seu coração entre o sonho de despertar o amor e o preço que seu mito cobra: nunca voltar para uma moça que ficou  com o coração despedaçado.

Está entre o bem e o mal, seu coração é de natureza como a da floresta, bom, cheio, abundante, porém como toda boa lenda não se deve ir adiante, os mitos são para serem adorados e não viverem na realidade.

Pobres moças da cidade,

Nem bem saíram em busca

Encontraram o amor e a saudade

Do menino que virou peixe

Que dança e encanta

Mas que só a si acalanta

Seja no rio, seja no mar

Ele esqueceu o que é amar.